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Votar ou não votar: Quem são os gaúchos descrente com a política?

O cenário social indica e os dados estatísticos legitimam que o ano de 2018 deverá ser marcado como o ano das eleições da descrença, isso porque a cada período eleitoral que passamos, cresce o percentual de votos brancos/nulos e de pessoas que preferem se abster da votação nas urnas. Segundo os dados disponíveis no site do TSE, o maior percentual de votos inválidos está concentrado principalmente na vaga de Senador.

Reflexo desse comportamento, os estudos recentes realizados pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, no estado do Rio Grande do Sul, mostram que 27,4% da população gaúcha demonstram desinteresse em ir às urnas nas eleições desse ano.

A descrença com o atual cenário político e a indignação com os escândalos de corrupção, tornam-se os principais fatores da desmotivação não só da maior parte desse conjunto de eleitorado (27,4%), mas como de todos os eleitores do Rio Grande do Sul, segundo apontam estudos qualitativos realizados pelo Instituto.

Em uma escala de autoclassificação sobre a tipologia do eleitor, 29,5% dos entrevistados se denominaram como eleitores descrentes, ou seja, aqueles que estão decepcionados com seus governantes ou até mesmo com o sistema político. Esse perfil de eleitor costuma se posicionar como alguém que não gosta de política, não acredita nos partidos e em seus representantes e quando vai às urnas prefere anular ou votar em branco. Conforme indica o mapa abaixo, o eleitor descrente está mais presente nas cidades da região de Pelotas (46,2%), capital Porto Alegre (39,4%) e nas cidades da região de Santa Maria (32,9%).

 

E quem são esses eleitores?

Frustrados com a política atual, os eleitores descrentes são formados por um público majoritariamente feminino (58,4%), com idade entre 35 e 59 anos (51,1%) e que sustentam suas contas com uma renda familiar de até 2 salários mínimos (55,7%).

O estudo do IPO também identificou no perfil desse eleitorado descrente (29,5%), uma forte relação de posicionamento a temas sociais polêmicos, onde 76,7% são a favor da redução da maioridade penal e 53,2% concordam com a implementação da pena de morte no sistema brasileiro. São a favor de medidas duras para um sistema que há anos está em crise. Reflexo da impotência e descrença do poder do Estado na sociedade.

Infelizmente o alto índice de desconfiança dos eleitores vem numa curva ascendente e não há sinal de freio para 2018. A sede por renovação é o grande capital social de esperança dessa parcela gaúcha, que anseia por um “salvador da pátria”, mas sabe que esse destino está longe. Enquanto a luz no fim do túnel não surge, acreditam em mostrar nas urnas a sua indignação sobre um sistema político ineficaz.

 

Fábio D´Avila: Cientista da comunicação, é um entusiasta da área da pesquisa. Altamente comprometido com a gestão da informação, critica persistentemente os dados

 

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