Política de Privacidade

O tema das privatizações continua a dividir o Brasil

Sai governo e entra governo e o tema das privatizações continua na agenda do País. A proposta é associada à necessidade de qualificação e atualização dos serviços públicos, sendo a saída indicada para manutenção e remodelação dos sistemas públicos que o governo não consegue ou não está disposto a cuidar e, principalmente, a subsidiar.

Enquanto vários governadores apostam nas privatizações de órgãos estaduais, o governo Lula aponta para uma tendência contrária às privatizações.

Analisando a posição da opinião pública brasileira a partir de pesquisa recente realizada pelo instituto DataFolha, verifica-se que um terço dos brasileiros declara não ter conhecimento sobre o significado das privatizações. Em média, os homens possuem mais conhecimento sobre o assunto do que as mulheres. 

Entre os dois terços que conhecem o tema, 22% declaram estar bem informados, 38% se classificam como mais ou menos informados e 7% se consideram mal informados sobre o tema das privatizações. 

A maioria dos brasileiros, 45%, continua se manifestando de forma contrária às privatizações de empresas estatais. Entretanto, cabe destacar que esta taxa de rejeição às privatizações é a menor da série histórica. Em 2017, 70% da população era contra as privatizações, em 2019 esse indicador foi para 67%, em 2022 ficou em 66% e agora, em 2023, 45% da população se mostra contrária.

Quando o teste realizado cita o nome da estatal a ser privatizada, os entrevistados vão alternando sua posição. A menor rejeição está associada à venda de aeroportos, rodovias e empresas de água e saneamento (média de 43%). Quando o tema é a Petrobras ou os bancos públicos (como Banco do Brasil e Caixa) o índice de rejeição média à privatização é de 54%.

As pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião no RS indicam tendência mais acentuada na defesa das marcas estaduais, sendo que 61% da população rejeita as privatizações. Esta rejeição é menor na capital e na região metropolitana. 

Os favoráveis às privatizações o fazem por acreditar, principalmente, que a qualidade do serviço é ampliada se estiver aos cuidados da iniciativa privada. Este eleitor vê na concorrência entre as empresas que almejam a concessão, uma forma de reduzir o valor do serviço e garantir a qualidade. Acredita que uma empresa privada tenha mais compromisso com a qualidade do que o Estado. Além disso, acreditam que, se uma empresa mais onera o Estado do que dá lucro, deve ser passada à iniciativa privada.

O maior temor da população contrária às privatizações está associado à possibilidade de haver aumento do preço e diminuição da qualidade dos serviços. Verifica-se uma sensação de empoderamento do eleitor que acredita que tem o poder de mudar a agenda do debate a cada processo eleitoral, em que os candidatos podem ser cobrados e o tema reavaliado.

Esse eleitor crítico às privatizações acredita que, passando para a iniciativa privada, há um sentimento de abandono, de “ficar órfão e desassistido”, sem ter para quem reclamar. Para esse eleitor, o Estado é visto como um protetor, uma segurança que o cidadão acredita que tem.

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