É normal pensarmos na felicidade individual, que varia muito de pessoa para pessoa. Para uns, a felicidade está em uma vida cheia de prazer, para outros em uma realidade com significados e para alguns a felicidade está no trabalho, no comprometimento.
Como uma coisa está associada a outra e o indivíduo faz parte da coletividade, a felicidade individual está, de certa forma, associada à felicidade coletiva, a “felicidade interna bruta” de uma comunidade.
O FIB (Felicidade Interna Bruta) é um indicador utilizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) junto com o PIB (Produto Interno Bruto) e tem o objetivo de avaliar a qualidade de vida e o bem-estar de um país, com uma visão mais completa do que apenas a medida do PIB.
A medição do FIB está associada a quatro pilares: desenvolvimento sustentável, preservação e promoção da cultura, conservação do meio ambiente e governança, sendo dividida em nove categorias:
- Bem-estar psicológico, que mede o otimismo que cada cidadão tem em relação a sua vida. No Brasil, 83% dos entrevistados consideram-se muito felizes ou felizes, no mundo, a percepção de felicidade é de 73%;
- O indicador de saúde analisa as medidas de saúde implantadas pelo governo para estimular exercícios físicos, nutrição e autoavaliação da saúde;
- Uso do tempo de uma sociedade, inclui questões como o tempo que o cidadão perde no trânsito, divisão das horas entre o trabalho, atividades de lazer e educacionais;
- Vitalidade comunitária, analisa a segurança dentro da comunidade, assim como a sensação de pertencimento e ações de voluntariado;
- O indicador de educação monitora educação formal e informal, valores educacionais e competências;
- Na cultura, faz uma análise de tradições culturais locais, festejos tradicionais, ações culturais e discriminação de raça, cor ou gênero;
- No meio ambiente estuda a relação entre os cidadãos e os meios naturais como solo, ar e água;
- No âmbito da governança estuda a relação entre a população e a mídia, poder judiciário, sistemas de eleições e segurança;
- E no padrão de vida analisa a renda familiar e individual, seguridade nas finanças, dívidas e qualidade habitacional.
Para classificar a felicidade global no Relatório Mundial da Felicidade de 2023 os pesquisadores se baseiam em alguns dados, avaliando vários fatores como liberdade, saúde, expectativa de vida, apoio social, renda, ausência de corrupção e generosidade. Cada entrevistado avalia a sua própria vida nessas questões, dando notas que vão de 0 a 10 – quanto maior, melhor. Portanto, não é apenas a percepção de felicidade que é avaliada, mas uma série de situações que formam o ranking global.
Os países mais bem colocados são aqueles bem desenvolvidos e considerados de primeiro mundo. Dos 10 primeiros do ranking, oito são países europeus e o primeiro colocado é a Finlândia, que tem ocupado sistematicamente esta posição nos últimos anos.
Na primeira edição do ranking, em 2012, o Brasil ocupava o 25º lugar e em 2016 chegou a ocupar o 17º posto, tomando a posição 22º em 2018. Antes da pandemia perdeu mais posições, indo para 32º em 2019 e 2020 e chegando a 41º em 2021. No ano de 2022 indicava uma tendência de melhora, ficando na posição 38º. Mas no ano de 2023 passamos a ocupar o pior indicador da série histórica, indo para o 49º lugar.
Segundo alguns especialistas mais sarcásticos, ainda estamos bem, pois seguimos na frente da Argentina.