Quando se pensa na campanha eleitoral temos que ter em mente que há três “mundos” distintos para os políticos dialogarem com os eleitores:
a) a campanha de rua/presencial = onde o corpo a corpo acontece de várias formas, mesmo se adaptando ao novo normal da pandemia. Tem a carreata, o “bandeiraço”, o carro de som e até a aglomeração com os candidatos visitando feiras-livres, parques e ruas.
b) o horário eleitoral gratuito = que ocorre na televisão e no rádio. Esse espaço tradicional serve de plataforma para que os candidatos se apresentem, apresentem suas propostas, jingles e contem os seus feitos e o que pretendem fazer (o que nem sempre acontece). Em alguns casos, esses espaços também servem para que os candidatos ataquem seus adversários.
c) as redes sociais = são um espaço em evolução constante e que os candidatos estão aprendendo a navegar e a utilizar, junto com a população. Esse espaço é composto por vários canais e formas de exposição, relacionamento e engajamento. É onde os candidatos “aparecem” o quanto quiserem, mas é onde também são atacados e desconstituídos, com base em fatos ou sem base (Fake News).
Diante de tantas formas possíveis, os cientistas do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião foram às ruas do Estado do RS para ouvir os gaúchos. Afinal de contas, quais os canais de comunicação que os gaúchos definem como prioritários?
Durante o diagnóstico comportamental, aplicou-se uma técnica de autoclassificação. O entrevistado se classificou entre as opções construídas na jornada de entrevista. O resultado foi o seguinte:
– 58,0% dos gaúchos se classificam como eleitores midiáticos. Utilizam vários meios de comunicação para se informar (tanto os meios tradicionais – rádio e televisão, como as redes sociais e não dispensam a conversa com amigos e familiares).
– 13,3% irão avaliar o movimento de rua e conversar com os amigos e familiares.
– 9,8% afirmam que irão utilizar apenas as redes sociais para avaliar os candidatos e decidir o voto.
– 7,3% se classificam como descrentes e tendem a votar em branco ou nulo.
– 5,7% ficarão atentos ao horário eleitoral gratuito e aos comerciais de televisão.
– 3,7% vão seguir a indicação do partido ou do movimento social a que pertencem.
– 2,2% assumem que decidem na última hora, pedem “cola” para alguém da família e, no passado, até pegavam a propaganda política que estava jogada perto do colégio eleitoral. Nesse novo contexto, terão que levar a “cola” em uma imagem do celular.
A campanha não será fácil para os candidatos, que vão precisar estar nos lugares em que os eleitores estão e, essencialmente, com uma linguagem adequada a cada canal.
.