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O consumidor gaúcho está endividado!

Vivemos em um momento de crises! E podemos sintetizá-las em quatro grandes temas: a crise econômica, ocasionada pela diminuição do poder de compra e o desemprego; a crise política, alimentada diariamente por escândalos de corrupção e pela falta de credibilidade das instituições; a crise de sensação de insegurança fomentada pelo aumento da violência; e a crise social que junto com as demais amplia a descrença e o individualismo.

No mês de setembro de 2017 o IPO ouviu os gaúchos sobre o cenário econômico e aplicou a seguinte questão, obtendo os resultados a seguir:

Diante do atual cenário econômico e pensando em contas fixas da sua casa: como água, luz, telefone/celular, internet e/ou TV paga, em comparação com 2016, o(a) Sr.(a) diria que:

– Está mais difícil de pagar as contas fixas = 65,8%;

– Está com a mesma dificuldade = 24,5%;

– Não tem dificuldade de pagar as contas fixas = 9,7%.

Para 65,8% está mais difícil pagar as contas fixas (como água, luz, telefone, IPTU, aluguel, supermercado, farmácia, etc), tendo em vista o crescente percentual de comprometimento da renda familiar com as contas fixas. Registra-se que este cenário se agrava entre os funcionários públicos estaduais que têm os seus orçamentos familiares impactados com o parcelamento dos salários.

A correlação entre os que afirmam que está mais difícil de pagar as contas fixas com faixa etária e renda familiar indica que a maior incidência ocorre entre a população economicamente ativa, com idade entre 25 e 34 anos e com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos. Entretanto, em todos os segmentos sociais, a dificuldade em pagar as contas fixas é destaque, assim como em todas as mesorregiões do Estado.

 

A variação por classe social está associada ao tipo de conta fixa. Conforme aumenta a renda, aumentam as contas fixas da família (como por exemplo, educação privada, plano de saúde, empregada doméstica, etc…).

Durante o crescimento da economia brasileira a população ampliou os custos fixos da família e, neste momento, em função das dificuldades de manutenção das despesas, começou e revisar os gastos fixos da família na tentativa de fazer um ajuste fiscal doméstico. Um exemplo deste comportamento pode ser observado no aumento da aquisição de aparelhos de ar condicionado, que se tornou um produto popular entre as classes médias e de baixa renda durante os últimos anos. Com o aumento do custo de vida, a população passou a racionalizar a utilização do aparelho de ar condicionado, com o objetivo de diminuir a conta de energia elétrica.

Analisando os 65,8% que afirmam que está mais difícil de pagar as contas, junto com os 24,5% que afirmam estar com a mesma dificuldade do que o ano de 2016, chega-se a 90,3% dos gaúchos com “mais” ou com a “mesma dificuldade de pagar as contas”. Tal conjuntura indica que 9 de cada 10 gaúchos não estão conseguindo sanar seus compromissos financeiros, sinalizando que o orçamento das famílias gaúchas não comporta mais nenhum aumento de qualquer tipo de imposto ou taxa.

 

Gisele Rodrigues, gerente de pesquisas do IPO, é a cientista social que conhece holisticamente o processo de investigação. Gerencia a equipe em termos de planejamento, execução e análise. Com mais de uma década de experiência em pesquisa, já coordenou os mais variados projetos quantitativos e qualitativos.

 

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