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Nem na hora da compra somos iguais

Quem atende o consumidor diariamente sabe que existem vários perfis e que cada consumidor expressa um tipo de característica: há aquele que sabe o que quer e o que não sabe, tem o brincalhão e tem o consumidor com cara de brabo, há aquele que não dá muita conversa e também aquele que não para de falar… E tem o que quer pechinchar e até o que não pergunta o preço.

Agora, avançando no campo sociológico, quando se pensa no consumidor gaúcho quais são os principais tipos de comportamento, em quantos grupos eles se classificam e qual a importância de cada grupo?

Analisando as principais variáveis que interferem no comportamento da sociedade, o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião elaborou uma tipologia do comportamento do consumidor gaúcho que tem sido sistematicamente testada em uma amostra representativa: distribuídas por gênero, idade e mesorregiões do Estado.

Na pesquisa, o entrevistado se auto classifica com as descrições apresentadas pelo entrevistador, retratando os seus hábitos de consumo. São analisados os hábitos de compra, tanto na loja física quanto na virtual, bem como variáveis socioeconômicas como idade e renda familiar.

De uma forma geral, foram mapeados cinco tipos de comportamentos: o consumidor racional, o anticonsumo, o consciente, o consumidor por impulsoe o consumidor de tendência.

consumidor racional (54,6%) = É o consumidor que planeja a compra e calcula o custo X benefício de sua decisão. Pesquisa preço e avalia as vantagens da compra. Muitos desses consumidores economizam primeiro para comprar depois.

O consumidor anticonsumo (22,4%) = Este grupo se constitui em duas lógicas distintas, mas que mantém a mesma prática: evitam realizar compras. O primeiro grupo é constituído pelo consumidor que não tem tempo ou não gosta de comprar. Só compra o essencial e em situações de necessidade extrema. Na maioria dos casos, esse consumidor tem o apoio de um familiar. O segundo grupo é formado pelos consumidores que defendem a substituição de produtos industrializados por produtos caseiros e a realização de escambos de produtos entre as pessoas.

consumidor consciente (9,6%) = Tem uma visão de mundo e acredita em ideais e princípios. Para escolher os seus produtos, além do preço e da marca, leva em consideração o meio ambiente, a saúde humana e animal e as relações de trabalho.

consumidor impulsivo (7,0%) = É o consumidor tipicamente consumista. Compra tudo o que vê, mesmo quando não pode. Nesse tipo de comportamento se incluem aqueles que são viciados e se sentem felizes quando compram e frustrados após a compra. É o grupo que mais sofre com problemas financeiros.

consumidor de tendências (6,4%) = É o consumidor que acompanha a moda. Quer estar sempre atualizado, adora novidades. Para este consumidor é vital a importância da marca no processo de decisão.

A pesquisa identificou dois comportamentos com decisão de compra mais utilitária (quando a decisão é motivada pela necessidade, pela demanda ou por fatores tangíveis) que foram classificados como consumidores racionais e conscientes (64,2% dos casos).

Outros dois comportamentos foram enquadrados como decisão de compra hedônica, (que é motivada por tendência, impulso ou emoção), sendo eles o comportamento por impulso e o de tendência (13,4% dos casos).

E é claro que dentro de cada um desses grupos há subgrupos, pois cada consumidor tem suas características comportamentais, econômicas e seu estilo de vida.

http://www.coletiva.net/colunas/nem-na-hora-da-compra-somos-iguais,308311.jhtml

Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião em 1996. Utilizando a ciência como vocação e formação, se tornou uma especialista em comportamento da sociedade. Socióloga (MTb 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na UFPel e tem especialização em Ciência Política pela mesma universidade. Mestre em Ciência Política pela UFRGS e professora universitária, Elis é diretora e Conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) www.asbpm.org.br

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