Segundo a definição matemática, margem de erro é uma estatística que expressa a quantidade de erro amostral aleatório nos resultados de uma pesquisa. Ou seja, a margem de erro é a medida do raio ou a metade da largura do intervalo de confiança para a mesma estatística.
Mas estas definições deixam a margem de erro bem complicada, então, vamos descomplicar. Imagine alguém falando para você ir até uma localidade onde você não tem certeza do número correto. Por exemplo: você deseja ir a uma loja e sabe somente qual a rua onde ela está localizada, mas tem a informação que ela fica na avenida Protásio Alves, na quadra que vai do número 1.200 a 1.500.
Esta é a ideia de margem de erro, você irá numa loja que está com certeza entre o número 1.200 a 1.500. Mas por que usamos a palavra “certeza”? Porque certeza é o que a confiabilidade (nível de confiança) nos garante que o valor exato está dentro desta margem de erro. Geralmente temos a informação da margem de erro quando é noticiada alguma pesquisa: de opinião, de marketing ou de intenção de votos.
Geralmente utiliza-se o nível de confiança de 95%, mas podem ser usados outros níveis de confiança como 90%, 99% ou outro qualquer, dependendo somente do quão importante é para o pesquisador que o valor esteja o mais próximo do valor real da população.
A margem de erro é utilizada quando fazemos uma pesquisa e precisamos ter a certeza de que o resultado da amostra representa a opinião da população.
Vamos comparar os resultados de uma pesquisa divulgada pelo Ibope, sobre a intenção de votos para o governo do Rio Grande do Sul. Essa pesquisa foi divulgada no dia 28 de outubro de 2018, na qual foram realizadas 2.600 entrevistas, que representavam um universo de 8,3 milhões de eleitores aptos a votar. A margem é de 3%, com uma confiabilidade (nível de confiança) de 95%.
O resultado desta pesquisa tem: Eduardo Leite com 52% das intenções de voto e José Ivo Sartori com 48% das intenções de votos. No resultado da eleição Eduardo Leite obteve 53,62% dos votos e José Ivo Sartori 46,38%. O resultado das urnas mostra que a pesquisa do Ibope estava correta, pois eles garantiam que Eduardo Leite tinha entre 49% e 55%, das intenções dos votos, enquanto José Ivo Sartori tinha entre 45% e 51%.
Sabemos que a confiabilidade está diretamente ligada à margem de erro e, caso realizarmos a pesquisa com 100 pessoas, teremos a “certeza” de que 95 delas estariam dentro da margem de erro.
Podemos trabalhar com margens de erro menores. Porém, para que isto ocorra, temos que aumentar a confiabilidade e como resultado teremos amostras maiores, gerando mais custos, que em muitos casos não recompensam. No entanto, é importante lembrar que nem sempre é necessário ter uma margem de erro tão baixa, tudo depende do objetivo e do contexto da pesquisa.
Podemos concluir que a margem de erro nos assegura que os resultados apresentados representam a opinião, não só dos entrevistados, mas de toda a população que a amostra representa. Enquanto que o nível de confiança (confiabilidade) nos dá essa segurança em relação a amostra.
Usiara Britto: Estatística com larga experiência na área de pesquisa e na análise de dados, Usiara utiliza seus conhecimentos da ciência estatística para garantir que o plano amostral planejado seja executado. Se relaciona com as equipes de coleta e garante que a execução esteja alinhada ao projeto de pesquisa.