As mudanças tecnológicas estão alterando o comportamento e o cotidiano da sociedade e do mercado. Essa alteração impacta na forma e na produção da comunicação, fomentando diferentes papéis para o on e o off-line. Neste novo contexto, a instantaneidade da mídia digital tem a prerrogativa de relatar o quando e onde um fato ocorre. Na sequência, cabe a mídia tradicional, através do jornalista, dizer o como e o porquê ocorreu o fato?
A instantaneidade da comunicação gera informações cumulativas inimagináveis. Todo o dia os usuários/ consumidores registram suas ações nos mais diferentes sites e redes sociais. Nestas visitas deixam “cookies” temporários que são capturados pelos sistemas de rastreamento.
A pesquisa de mercado precisa compreender o “Big Data” e o imenso volume de dados – estruturados e não estruturados – que impactam nos negócios. Sistemas como Alexa, da Amazon, medem quantos usuários de Internet visitam um determinado site da web. A era da informação também está sendo marcada pelo Watson, da IBM, que se caracteriza como um sistema mais amplo. O Watson permite desde o processamento avançado, a recuperação da informação, e inclui a representação de conhecimento, do raciocínio automatizado e da tecnologia de aprendizado de máquinas.
Neste contexto, a “disruptura” da indústria da pesquisa perpassa dilemas similares aos da comunicação. O avanço da informação digital gera a informação do “quando” e do “onde” e os profissionais da pesquisa precisam ter a capacidade de analisar “o como e o porquê”. Os cientistas sociais precisam se aliar aos profissionais da estatística e da tecnologia na busca da absorção e depuração do conhecimento gerado no mundo digital, buscando a seguinte sequencia analítica com as informações disponíveis:
a) Sistematizar a informação e fazer a descrição da informação gerada;
b) Realizar o diagnóstico da informação, analisando os dados;
c) Desenvolver a capacidade de análise preditiva, com base nos dados analisados;
d) De posse da predição, ter a capacidade de realizar uma análise prescritiva, com encaminhamentos estratégicos.
Estas análises não poderão desconsiderar que, no mundo digital, os internautas são sempre mais críticos do que nas declarações realizadas em pesquisas de opinião presenciais. Muitas informações resultam de impulsos, de ações emocionais que oscilam entre a instantaneidade e a banalidade de um individualismo exacerbado.
Os empreendedores que utilizarem essas informações não podem ter uma avaliação analógica sobre as mesmas, não devem analisar apenas “quando e onde”. Precisam ter uma visão digital do mercado, compreendendo o “como e porquê”. O mundo dos negócios também será afetado por esta onda de disruptura!