A pandemia trouxe muitas incertezas, muitas inquietações e também muito medo. Essa situação está marcando profundamente a população, trazendo “dores”, sofrimentos, aprendizados e lições.
A pandemia nos tirou da zona de conforto e está trazendo muitos prejuízos financeiros e educacionais. Muitas empresas fecharam, muitas crianças evadiram da escola e não temos o mapeamento das lacunas pedagógicas criadas pela educação emergencial remota.
A pandemia está tirando a vida de muitas pessoas e deixando outras tantas em tratamento. E tem motivado a ampliação da ansiedade e da depressão.
A pandemia tem “testado” os sistemas público e privado de saúde e levado os profissionais à exaustão.
A pandemia tem diminuído a nossa interação social e limitado o compartilhamento de grandes momentos festivos, como aniversários, casamentos, formaturas. É um detalhe que deixará marcas por muitas gerações, que contarão para os seus filhos que a pandemia impediu a festa de casamento, a comemoração dos 15 anos ou aquela grande aglomeração de formatura.
Essa pequena síntese das pequenas e grandes sequelas causadas pela pandemia motivou os pesquisadores do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião a questionarem os gaúchos sobre as características necessárias para um gestor público durante a pandemia. Quais são as características que um Prefeito deve ter para liderar nesse momento?
A primeira característica necessária é a atitude. Naturalmente, o gestor tem o protagonismo e precisa tomar decisões rápidas e sábias em um curto espaço de tempo, se responsabilizando por elas.
A segunda característica está relacionada com a primeira. Em uma pandemia, o gestor deve ter atitude, mas não pode perder o sentimento de cooperação. Deve ter diálogo com as várias forças que compõem o município, fazer concessões ou negociações que sejam necessárias, mas sempre motivando o espírito de cooperação. Vivemos um momento em que “todos” estão perdendo e a cooperação precisa levar em consideração os setores e áreas mais frágeis.
O gestor precisa ter atitude para tomar as decisões, ouvindo as pessoas e potencializando o sentimento de cooperação. Mas como a pandemia é implacável, em muitos casos, o prefeito terá que ter coragem para tomar decisões impopulares em nome do bem comum maior, que é a defesa da vida.
A experiência aparece como quarta característica. Muitos consideram que o gestor pode ter bons técnicos e assessores. Mas há quem coloque a experiência como um atributo essencial para o bom desempenho, tendo em vista que possibilita uma maior capacidade de navegação entre as diferentes indicações técnicas, jurídicas, políticas e empresariais.
A última característica destacada é a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Está associada à cooperação e ao diálogo. Mas é a característica que permite um olhar diferente, um novo modelo mental para o Prefeito. Ao olhar de forma sistematicamente empática, o gestor consegue ver a diversidade de sua realidade e desenvolver soluções criativas ou ativar efetivamente a cooperação, com integração entre áreas ou setores.
A pandemia exige líderes altivos, que tenham atitude e coragem para tomar as decisões mais adequadas, experiência para minimizar seus erros e capacidade empática para estimular a cooperação e a integração das cidades.