Ao longo dos últimos anos temos observado um aumento da percepção negativa da população gaúcha nos mais diferentes aspectos. Mas começando pela avaliação da própria vida.
Em pesquisa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisa de Opinião, em setembro de 2017, verificou-se que 74,5% dos gaúchos consideram que a vida pessoal estagnou ou pirou nos últimos três anos, enquanto que, em 2013, esse indicador era de 49,3%.
A questão aplicada: Sua vida, nos últimos anos…
– Mudou para melhor = 25,5%
– Não mudou nem para melhor, nem para pior = 38,2%
– Mudou para pior = 36,3%
Analisando a percepção pelas mesorregiões do Estado, observa-se que os moradores da capital Porto Alegre têm os maiores indicadores de percepção negativa sobre a vida nos últimos três anos, 50,1% avaliam que a vida mudou para pior e outros 31,1% consideram que estagnou, seguido dos moradores da Região metropolitana onde 44,3% consideram que piorou e 32,9% que não mudou nem para melhor nem para pior.
Em termos de perfil socioeconômico os que possuem acima de 35 anos e escolaridade mais baixa registram maior percepção negativa.
Os argumentos que tangibilizam as percepções negativas estão associados ao aumento dos problemas sociais, especialmente à questão do emprego, situação da saúde pública e ao aumento da sensação de insegurança. Quanto mais precário fica um serviço, maior é a preocupação da população.
Há meia década atrás as famílias viviam o aumento do poder de compra e percebiam um crescente de conquistas com os programas sociais que incentivavam desde aquisição da casa própria até o financiamento do carro com IPI reduzido. Atualmente, uma grande parcela da população teve o poder de compra reduzido e percebe a diminuição da oferta de serviços públicos, sendo que se soma a isso uma tensão social ocasionada pelos problemas na segurança pública e a pela instabilidade política do país, conforme ilustra o relato de uma entrevista qualitativa:
Antes eu me preocupava em ter um emprego para ter o que comer, o que vestir. Hoje em me preocupo em manter meu emprego para ter isso, mas se eu vou sair e chegar viva até lá não sei. Tenho muito mais medo e por isso acho que piorou.
O final do ano é o momento de renovação das esperanças e felizmente há uma parcela dos gaúchos que vê luz no fim do túnel. Quando questionados sobre a expectativa com o final do ano, 46,9% acredita que vai melhorar a situação de sua vida e familiar.