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A influência da cultura na avaliação dos empreendimentos

Fazemos parte de uma rede de relações de “mão dupla”, onde influenciamos e somos influenciados por ideias, costumes, percepções, simbolismos, leis construídas, que podemos chamar de cultura e vice-versa. E a cultura também influencia as organizações empresariais que buscam remodelar o negócio a cada mudança de paradigma social. Um exemplo disso é a emergência da responsabilidade ambiental.

As questões ambientais emergiram em meados de 1970 e tomaram espaço dentro das organizações empresariais. Toda empresa causa impacto no meio ambiente e na comunidade do seu entorno. Falar em meio ambiente no âmbito empresarial é falar de responsabilidade social, mais do que isso, hoje, é falar de compliance*. O não cumprimento de regras pode ocasionar tragédias sem precedentes como a de “Mariana”, Minas Gerais em 2015.

Diante disso, surge a aparente controvérsia sobre preservação ambiental dentro de um sistema econômico de produção. E o que pensa a sociedade sobre a relação entre preservação ambiental X desenvolvimento econômico? Para entender o pensamento e o imaginário social sobre o assunto é preciso compreender a cultura, pois, ela é o elemento central para o entendimento desta dicotomia, entendida como a percepção e o juízo de valor que formam um conjunto de crenças, com base na informação que a sociedade tem sobre determinado assunto.

Pesquisa recente realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião em diferentes cidades brasileiras, revela que para ± 70,0% da população é possível ter preservação ambiental X desenvolvimento econômico. Esse índice indica que as crenças e o simbolismo acerca desta dicotomia estão em sintonia com a premissa da responsabilidade empresarial. No imaginário da população as empresas podem, através da tecnologia e da fiscalização, prezar pelo meio ambiente enquanto produzem bens necessários à existência humana.

Além disso, as pesquisas, com comunidades de entorno de empreendimentos revelam que, em média, ± 60,0% da população conversa sempre ou às vezes sobre o tema “meio ambiente”. A informação ratifica que o assunto faz parte do cotidiano das pessoas que, através das relações sociais, formam suas crenças, suas opiniões.

O discurso para a minimização da dicotomia preservação ambiental X desenvolvimento econômico está no caminho certo, visto que a maior parte da população percebe que é possível a coexistência dos dois. É necessário que as empresas se atentem para a comunicação sobre o tema e monitorem as percepções causadas na sociedade, preservando sua reputação e, principalmente, cumprindo para além da responsabilidade social assumida, em busca do compliance, perpetuando, assim, esta crença adquirida.

 

* O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em “compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos.

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