A educação é o nosso maior bem pessoal. Não é à toa que aprendemos que a educação é o tipo de conquista que “ninguém nos tira”. A educação nos fornece a capacidade de pensar criticamente, de aprender com o ontem, de olhar o hoje e de projetar o amanhã.
Quando pensamos em educação, temos que pensar no conjunto de informações que recebemos em nossa trajetória. Tem a educação da primeira instituição social, a família. Tem a educação formal, que advém da segunda instituição social, a escola. E tem toda a carga de educação que acumulamos ao longo da vida (com trocas de experiências, treinamentos, cursos, qualificações, etc.).
Como sociedade, não temos dado a devida atenção à educação. E nesse momento histórico, a pandemia está colocando a educação “à prova” e os resultados desse “teste” vamos saber no futuro.
A pandemia está “desnudando” a nossa realidade e nos mostrando que a população carece de um maior arcabouço de conhecimento prático, que tenha relação direta com a operação do dia a dia e com os direitos e deveres de cada cidadão.
Poderíamos fazer uma lista de temas que deveriam ser aprofundados dentro das famílias, nas escolas e nas universidades e que são imprescindíveis para o cotidiano da sociedade, em especial, nesse momento de restrições e precarização financeira.
Para essa reflexão, destaco dois temas que temos visto nas pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião como grandes carências da sociedade: a educação financeira e o empreendedorismo. São dois temas que, de certa forma, estão conectados.
O primeiro diz respeito à educação financeira que deve começar dentro de casa. A maioria dos gaúchos não estava preparada para uma diminuição da renda familiar e não tinha reservas financeiras. Muitos não sabiam nem quanto gastavam mensalmente, costumavam jogar a dívida para a frente (renegociando o cartão, pedindo empréstimo, parcelando as compras em mais vezes…) e reserva não era um termo comum para essas famílias. É vital que a juventude aprenda o que significa o “custo de vida”, “o custo de uma casa” e o seu “custo pessoal”. A pandemia está nos ensinando a “duras penas” que a educação financeira é prioritária.
Para quem tem um negócio, precisa aprender como gerir separadamente as contas do negócio e as suas contas pessoais. A educação financeira faz toda a diferença para o sucesso de um empreendimento. Falando em empreendimento, o outro grande tema que surge com a pandemia é a carência por noções de empreendedorismo.
Muitas pessoas, profissionais e empresários, estão tendo que se reinventar nessa pandemia. Mas como se faz isso sem conhecimento? Sem noções práticas de empreendedorismo? Empreendedorismo deveria ser um tema obrigatório desde o ensino fundamental e deveria haver aulas práticas, oficinas e conexão desses alunos com o mercado de trabalho.
O tema é tão caro para a sociedade que as instituições financeiras e midiáticas passaram a divulgar peças publicitárias que incentivam o empreendedorismo, dando pequenas dicas e sugestões. Um case de referência é o site desenvolvido pela Rede Globo, denominado projeto VAE (Vamos Ativar o Empreendedorismo), que pode ser acessado em vae.g1.globo.com.
A pandemia nos mostra que temos que debater as prioridades da educação, mas principalmente, temos que fazer um diagnóstico das lacunas que estão sendo deixadas e qual será o reflexo nas próximas gerações.