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A evolução da humanidade fragiliza a imparcialidade do jornalismo

É comum os jornalistas serem acusados de parcialidade e terminamos por associar tal imputação à polarização política, em especial, a uma narrativa alinhada ao bolsonarismo ou ao lulismo.

O IPO – Instituto Pesquisas de Opinião tem aprofundado a leitura sobre os motivadores que apregoam que o jornalismo está cada vez mais ideológico. Constatou-se que o cerne da questão tem a ver com as pautas evolutivas da política internacional e as decisões legislativas do Congresso Nacional ou regulamentadas do STF – Supremo Tribunal Federal, que visam fazer o controle e serem os guardiões da Constituição.

Como guardião da Constituição, o Supremo tem a prerrogativa de defender e revistar o atendimento dos direitos fundamentais e humanos, bem como temas relacionados à proteção animal e à defesa do meio ambiente, o que tem estimulado a crítica de uma parcela da sociedade.

O mundo está em transformação, vivemos um processo de maturação e amadurecimento sobre a forma como nos relacionamos com as outras pessoas, como realizamos a gestão do trabalho e entendemos o meio ambiente como a garantia da manutenção de todas as espécies ou organismos vivos. É como se as regras morais e legais estivessem se tornando mais humanizadas, protetivas, mais empáticas.

E essa mudança social vem acompanhada de uma transformação digital, de uma tecnologia que empodera as pessoas, dando-lhes muitos canais de comunicação, ampliando o sentimento de individualismo, em que cada um é senhor da sua timeline e pode dizer o que bem quiser.

A tempestade perfeita foi formada, na percepção das pessoas mais maduras, com tendência ao conservadorismo e, que por consequência, defendem a manutenção do status quo estabelecido.

Estas pessoas acreditam que está se perdendo o respeito com a cultura deixada por nossos antepassados e que a ingratidão aumenta vertiginosamente, especialmente entre os mais jovens que não reconhecem o esforço dos mais velhos para construir e manter as mordomias vigentes.

E diante deste novo contexto conjuntural e estrutural, muitas vezes o jornalista acaba sendo percebido como um profissional parcial, por ser o porta-voz de todas essas transformações, relatar o que é aceitável atualmente e repudiar o que a sociedade considera como intolerável.

Todo dia estamos vendo exemplos deste fenômeno, em críticas a pautas que tratam de racismo, homofobia ou feminicídio. Para uma parcela considerável da população, é como se o jornalismo estivesse preocupado apenas com as minorias e “tentasse colocar uns contra os outros”, ou pior, destruir os alicerces da família brasileira.

Quantas e quantas pessoas começaram a sua vida com trabalho duro, em condições precárias de trabalho, mas felizes por acreditarem que estavam tendo uma oportunidade. Os que cresceram economicamente e reproduziram as mesmas condições desumanas aos seus colaboradores, estão sendo acusados de trabalho análogo à escravidão. Estas pessoas não entendem que o mundo mudou, que as leis avançaram. Acreditam que o jornalismo persegue quem trabalha e dá oportunidades.

E este ruído cultural em curso favorece a confusão entre o jornalismo de informação e o de opinião e torna alguns jornalistas inimigos ideológicos de grupos ou de bolhas digitais.

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