A pandemia nos prejudicou de várias formas. São imensuráveis as máculas físicas, emocionais e materiais que a Covid-19 trouxe para toda a sociedade, atingindo todas as classes sociais.
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Dentre tantas perdas, a área da educação é a que traz a maior inquietação. Estamos falando de lacunas no desenvolvimento cognitivo e emocional de nossas crianças e adolescentes, que poderão ser sentidas ao longo de muito tempo.
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Conforme a pandemia chegou, as crianças saíram da sala de aula. Cada um foi para a sua casa e as aulas remotas foram sendo pensadas por cada tipo de escola. Algumas escolas, em especial as privadas, passaram a utilizar plataformas educacionais, se configurando como ambientes virtuais de aprendizado que permitiram desde a transmissão de aulas, como o acesso a materiais e realização de provas.
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Outras escolas passaram a ministrar aulas digitais utilizando grupos de WhatsApp e/ou Facebook para distribuir os conteúdos e trabalhos, alguns acompanhando vídeos explicativos de professores. Um terceiro grupo teve conteúdos enviados de forma impressa, sem orientação do professor. E ainda teve os alunos que ficaram desamparados, sem ter acesso a nenhuma forma de aula remota.
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Como a pandemia está maltratando a educação em demasia, teremos que compreender os seus impactos para projetar as ações corretivas para o futuro. Serão necessários muitos diagnósticos educacionais, com testes pedagógicos específicos de avaliação dos déficits.
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Em recente pesquisa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, investigou-se a percepção dos gaúchos sobre os impactos da pandemia na educação. Esse estudo verificou que a principal preocupação dos pais é com a recuperação das aulas. Há um consenso de que a pandemia trouxe muitos prejuízos para a educação e o grande debate está associado à forma e intensidade necessária para recuperar o prejuízo.
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Os pais acreditam que a recuperação deverá ser personalizada por tipo de escola, série e relação dos alunos com as aulas remotas. Acreditam que deverá haver aumento da carga horária. Alguns imaginam a necessidade de aulas no turno inverso e outros pensam em aulas pontuais de reforço.
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Os pais não acreditam que a escola terá a capacidade de resolver o problema sozinha. Imaginam que será necessária uma maior integração entre as famílias, a escola e a tecnologia. Sugerem que os professores mapeiem as necessidades e compartilhem responsabilidades com os pais.
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Com a pandemia, a educação formal foi para dentro das casas e os pais passaram a participar mais da educação de seus filhos. Com o apoio da tecnologia, os pais desenvolveram novos hábitos de relacionamento com a educação de seus filhos. Esse novo contexto criou bases propícias para que as escolas tenham programas de recuperação de conteúdo, contando com o apoio e a integração das famílias.
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Na prática, estou dizendo o óbvio. A escola não terá capacidade de resolver o problema sozinha. Ela não tem como recuperar os conteúdos passados, juntamente com os futuros. Para tratar os impactos da pandemia na educação teremos que juntar forças, reunir a escola com a família em um mesmo propósito: superar o tempo e o conhecimento perdido.