A economia é o ponto de atenção dos brasileiros

Quando o entrevistador de um instituto de pesquisas vai para a rua pesquisar a principal preocupação da população brasileira o resultado é similar à conversa que predomina dentro das casas, no transporte coletivo ou na mesa de bar: a situação da economia. E esse debate cotidiano se intensifica em uma semana de aumentos generalizados dos remédios e do gás de cozinha. 

Os entrevistados sabem que a economia está associada à política e os dois criam um círculo vicioso entre si, um interfere diretamente no outro. A população só não tem clareza sobre qual lado tem mais força, quando a economia e a política fazem um cabo de guerra.

Argumentam que “sai presidente e entra presidente” e a desculpa parece ser a mesma. Na percepção dos eleitores, os presidentes sempre encontram alguém para “jogar a culpa”. Ora o problema está no Banco Central, ora na Petrobrás ou em outro órgão que possa ser classificado como responsável pelo aumento de preços ou pela inflação.

Estamos vendo que a opinião pública continua mantendo a mesma tendência de outrora, se divide entre o sentimento de esperança e o de frustração. Na virada do ano, segundo o Datafolha, 49% acreditavam em uma melhora da economia e depositavam um voto de confiança no governo Lula. No final de março este índice já caiu para 46%. Ao contrário, aumentou o percentual de desesperançosos, em dezembro de 2022, 20% dos brasileiros tinham uma expectativa negativa com a economia e agora 26% indicam a tendência de piora. Na percepção da maioria da população, não houve melhora na economia e o desemprego está aumentando. Este indicador subiu de 36% em dezembro de 2022 para 44% em março de 2023.

Quando se analisa a expectativa e a percepção do brasileiro por perfil socioeconômico percebe-se que todos os grupos sociais estão preocupados, mas que cada um tem o seu ponto de vista, a sua “preocupação”. 

A população mais pobre se preocupa muito com o custo de vida e o desemprego, seu temor é com a sua subsistência básica. A classe média está interessada nas políticas públicas e nas decisões políticas que serão tomadas para estabilizar a economia e controlar a inflação. O seu ponto de atenção está na diminuição do seu poder de compra ou melhor, na retomada do mesmo.

Conforme vai aumentando a renda, principalmente entre os empreendedores e o setor produtivo, o maior receio é com a ampliação dos impostos, especialmente, com a reforma tributária a ser realizada e o quanto a mesma será nociva aos investidores.

Como a economia é uma roda na qual uma ação puxa a outra, se a população consome menos e se o empreendedor desacelera, os efeitos são sentidos por todos. O resultado prático da falta de investimentos e de consumo é o desemprego e o desalento.

Saímos da eleição divididos e estamos mantendo esse “status comportamental”.  No começo do ano, 54% da população confiava no governo Lula e 41% classificava seu governo como bom ou ótimo.

O que a grande maioria tem em comum é o desejo de que o Brasil vá para frente, que a economia melhore e que se possa voltar a sonhar com a estabilidade econômica e o crescimento do país e do poder de compra das famílias.

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