A campanha eleitoral nas redes sociais

A grande dúvida dos políticos neste momento é como será a campanha eleitoral nas redes sociais? Com a regulamentação do espaço da internet para propaganda eleitoral os candidatos poderão impulsionar suas postagens, fazendo com que as mesmas entrem na timeline dos eleitores.

A questão é se os eleitores estão interessados em receber informações sobre os políticos em seus espaços privados e se irão utilizar estas informações no destino do voto?

O IPO – Instituto Pesquisas de Opinião questionou os gaúchos sobre o papel da internet no seu cotidiano e a influência das redes sociais no processo de informações políticas.

Para a maior parte dos eleitores a rede social é um espaço de entretenimento, um espaço para desopilar e interagir com os familiares e amigos, “para saber das fofocas”. No momento em que uma pessoa acessa a internet é como se entrasse em um mundo paralelo, passando a se relacionar com este mundo com tal intensidade ao ponto de não perceber o que está acontecendo ao seu redor.

Em alguns casos a relação com as redes sociais influencia até no humor das pessoas. As postagens transmitem sentimentos bons e ruins, fazendo com que as pessoas oscilem entre momentos de alegrias e tristezas.

O que as pessoas gostam de ver nas redes sociais?

A principal preferência está associada ao humor. As pessoas compartilham com rapidez cards e mensagens de humor e vídeos engraçados. Mensagens motivacionais e as fotos sobre o cotidiano de outras pessoas também são apreciadas. As pessoas gostam de ver o que outras pessoas estão fazendo.

E como fica a política?

A maior parte dos eleitores não gosta de política. E quem não gosta de política no mundo real, gostará muito menos no virtual. Na prática, 60% dos gaúchos, ou seja 3/5, não utilizará as redes sociais para acompanhar o processo eleitoral e não quer ver políticos em sua timeline.

Em torno de 20% dos gaúchos afirmam que irão acompanhar a campanha pela internet e 20% avaliam que irão se informar se houver motivação para tanto, se gostarem ou sentirem confiança em algum candidato.

Para estes 40% a campanha será multitela, o eleitor irá se dividir entre a televisão e a internet. A televisão servirá para conhecimento dos candidatos e a internet servirá para a fidelização do voto.

Estes eleitores irão observar os candidatos na televisão e os candidatos mais empáticos poderão ter a honra de serem pesquisados por estes. O eleitor que pesquisa, pesquisa mesmo! Os eleitores que irão se informar vão perguntar para o Google e verificar o histórico dos candidatos, consultando desde portais da transparência até processos existentes. Os candidatos que passarem por este filtro, terão eleitores promotores.

Em termos de discurso este eleitor não quer mimimi, não quer o papo da velha política, não quer ver ataques entre políticos.

Nas redes sociais os candidatos precisam dizer muito em pouco tempo. No dia a dia o eleitor já recebe muitos vídeos e só irá prestar atenção em vídeos curtos (média de 30 segundos) em que o candidato mostre a que veio nos primeiros 5 segundos.

E a maioria do eleitorado que não gosta de política e não utilizará as redes sociais para se informar sobre política ficará a mercê das postagens patrocinadas e, em especial, das fake news (notícias falsas), sendo que a maior parte destes eleitores desconhecem que pode haver notícias falsas, em especial, aqueles eleitores que compartilham tudo que recebem.

https://www.coletiva.net/colunas/a-campanha-eleitoral-nas-redes-sociais,276613.jhtml

Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião em 1996. Utilizando a ciência como vocação e formação, se tornou uma especialista em comportamento da sociedade. Socióloga (MTb 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na UFPel e tem especialização em Ciência Política pela mesma universidade. Mestre em Ciência Política pela UFRGS e professora universitária, Elis é diretora e Conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) www.asbpm.org.br

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