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8 de janeiro, mais uma data para história do Brasil

Ao longo dos últimos dias fui questionada sobre a influência dos atos de 8 de janeiro de 2023 na democracia brasileira. Afinal de contas, além de virar uma data icônica para os atuais detentores do poder, mudou alguma coisa na vida da população?

Do ponto de vista formal, da forma como funciona a democracia, não houve mudanças. As “estruturas estruturadas” das instituições brasileiras, somadas à força política das corporações mantêm a solidez dos instrumentos da democracia.

Do ponto de vista ideológico, ampliou-se a indignação coletiva dos grupos radicalizados, nos dois extremos, com a mesma base argumentativa: o país está cada vez mais autoritário.

A esquerda chama o movimento de 8 de janeiro de “intentona Bolsonarista”, como um golpe “terrorista” da extrema-direita que não deu certo.

A direita diz que o 8 de janeiro foi uma “armação da esquerda”, que não existe golpe sem liderança e reclama da perseguição política e politização da justiça.

Voltando o foco de análise para a sociedade de uma forma geral, é importante observar a ampliação da autoconsciência das pessoas comuns sobre seus valores sociais e morais.

Significa dizer que toda a POLARIZAÇÃO POLÍTICA e POLITIZAÇÃO JURÍDICA do país, SOMADA À AMPLIAÇÃO DO INDIVIDUALISMO motivada pela TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, tem instigado as pessoas a pensarem sobre sua posição pessoal em relação a valores sociais e morais, a olharem para a realidade e pensarem no que acreditam.

Se tornou mais comum a discussão de temas polêmicos que andam pelas redes sociais, tais como: casamento homoafetivo, aborto, legalização do porte de drogas para uso pessoal, linguagem neutra nas escolas e até uma crítica às interpretações que são utilizadas para classificar o trabalho análogo a escravidão.

E esse amadurecimento está sendo influenciado por toda jornada de polarização política e politização jurídica do Brasil, mas com atenção especial aos movimentos políticos de 2023, que começaram no 8 de janeiro, avançaram com a inelegibilidade do ex-Presidente Bolsonaro por abuso de poder e têm seu ponto alto na forma como o STF se posiciona em relação a temas sensíveis.

A maior parte da população (65,2%), especialmente no RS, se autoclassifica como conservadora ou tradicional em termos de valores sociais e morais e tende a acirrar suas crenças e convicções em uma lógica de centro-direita.

Significa dizer que todos os debates polêmicos que serão realizados pelo STF durante o ano de 2024, como legalização do aborto e legalização do porte de drogas para uso pessoal, irão causar muito estresse na sociedade, podendo se refletir nas eleições municipais.

A polarização política está instaurada para além da defesa de um político ou partido político, o momento em que vivemos é de revisitação de nossos valores, no que acreditamos ser melhor para nós e para a nossa família. Valendo aquele velho dito popular, cada cabeça uma sentença!

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