Um sonho pode ser entendido como uma projeção, como uma reunião de ideias e pensamentos que aparecem na mente. O senso comum diz que se pode “sonhar acordado”, usando a imaginação para simular uma realidade possível.
As pesquisas de opinião realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião costumam investigar os “sonhos”, os desejos da população. Entre os principais sonhos do gaúcho se destacam a possibilidade de conhecer novos lugares, ter o próprio negócio ou adquirir a casa própria.
Diante desse contexto de sonhos e dos impactos da pandemia, as equipes de pesquisadores do IPO percorreram 38 municípios e ouviram a posição de 1.500 pessoas sobre a seguinte pergunta: pensando no futuro, qual destas alternativas representa a sua posição sobre a frase “meu SONHO é ter o meu próprio negócio”?
41,1% concordam com a frase, afirmam que seria um sonho pensar no próprio negócio.
24,3% já vivem esse sonho, já se consideram empreendedores. Ou seja, 1/5 da população empreende, seja formalmente como empresário ou microempreendedor individual ou apenas como autônomo informal. São pessoas que se consideram donos do seu próprio negócio.
19,8% não concordam com a frase, não consideram que empreender seria um sonho.
12,8% dos gaúchos já tiveram uma experiência negativa, alguns consideram que o sonho de empreender virou um pesadelo. Relatam dificuldades de administrar, prejuízos financeiros e contam que o empreendedorismo resultou até em problemas de saúde físicos ou emocionais.
2.0% dos entrevistados nunca tiveram esse tipo de sonho, nunca pensaram nesse tema e declararam que não possuem opinião formada.
Se analisarmos de forma integrada os que afirmam que “sonham em ter” e os que “já têm um negócio próprio” chegamos a 65,4% da população. Comparando com os dados nacionais, esse indicador alcança 77,0% dos brasileiros.
Os dados indicam que há 1/4 da população empreendendo e 2/3 sonhando em empreender. Em um país que precisa se desenvolver, a grande pergunta é: o que falta para que esse tipo de sonho se transforme em realidade?
As respostas são tão variadas que formam um grande mosaico de motivos. Cada entrevistado tem a sua história, o seu temor, a sua preocupação. A carga tributária e a burocracia são listadas como empecilhos. Mas o maior limitador está associado à questão da informação, do conhecimento, da orientação técnica. Para que os sonhos sejam colocados em prática são necessárias políticas públicas de educação financeira, de empreendedorismo e gestão de negócios. São vitais cursos públicos de preparação e qualificação do empreendedor, que ensinem desde o fluxo de caixa até o marketplace.
Estímulo e otimismo os empreendedores têm de sobra! Mas é necessário popularizar os planejamentos estratégicos, planos de negócios, de marketing e até mesmo as pesquisas de mercado.
Não podemos pensar em empreendedorismo no Brasil sem ter escolas que ensinem a empreender. A educação empreendedora precisa estar nas séries iniciais do ensino fundamental. Deve ter núcleos temáticos no ensino médio e estar presente na formação de todos os tipos de cursos superiores. Temos que ter a consciência de que um médico que abre uma clínica, antes de tudo, é um empreendedor.