O isolamento social estimulado durante a pandemia impactou o “bolso dos consumidores gaúchos” de diferentes formas. De um lado, metade da população está com o seu poder de compra comprometido e ainda tem cortado gastos em função das perdas motivadas pelas medidas restritivas, impostas durante a pandemia. Nesse grupo estão principalmente as famílias com menor renda, os trabalhadores informais e até mesmo empreendedores.
De outro lado, as famílias com renda fixa, pertencentes às camadas com maior poder aquisitivo, ampliaram suas reservas financeiras. O movimento do “fique em casa” motivou uma sequência de redução de gastos que ampliou as reservas financeiras dessa parcela da sociedade.
E foi nesse grupo social que os consumidores 4.0 ganharam destaque. Esse tipo de consumidor, que é exigente, passou a realizar sua jornada de compra a partir da conexão com as redes sociais, aplicativos, sites ou plataformas digitais. Durante o isolamento social, utilizou a internet para conhecer e comparar produtos, pesquisar preços, fazer pedidos ou ter novas experiências de consumo. A ampliação do consumo digital, acessando a loja virtual ou realizando a compra por aplicativos, proporcionou satisfações e muitas insatisfações.
Para entendermos a insatisfação dos consumidores 4.0 em suas jornadas de compras digitais durante a pandemia, temos que compreender que a principal característica desse consumidor é a conectividade e sua expectativa primordial é pela agilidade no atendimento. Esse consumidor desejava ser ouvido e respondido pelo canal que acessou. Esperava um atendimento personalizado, no horário de seu interesse e com a pronta resposta às suas inquietações. A logística de entrega e o acondicionamento inadequado de produtos também foi um ponto de muito estresse para esses consumidores, que almejavam por soluções imediatas.
Com o avanço da vacinação e a diminuição das medidas restritivas, esses consumidores, que estão com dinheiro para gastar, vão voltar a visitar as lojas físicas, as boutiques, os restaurantes, bistrôs e cafés. Relatam que “querem bater perna em shopping centers”, desejam “olhar as vitrines” e ter novas experiências gastronômicas.
Muitos analistas de mercado apostam no avanço das compras online. Essa tendência deve se manter para alguns tipos de produtos e serviços, mas não para o varejo de uma forma geral. Na maior parte dos casos, a pandemia obrigou o consumidor 4.0 a comprar exclusivamente pelos canais digitais e sua paciência e saúde mental foi posta à prova. .Nesse momento, esses consumidores querem voltar a ter autonomia, a associar o ato de compra a uma atividade de lazer, em que passear no shopping é um momento de prazer individual ou uma atividade de entretenimento em família.
Agora, não se pode esquecer que o consumidor 4.0 tem “o poder de compra na palma da mão”. Poderá estar na frente de uma vitrine, utilizando o seu celular para pesquisar na internet os comentários sobre o produto exposto ou sobre a loja física em que se encontra.
Nesse momento, o consumidor 4.0 quer comprar em lojas virtuais e espera por um atendimento ágil e empático.