Política de Privacidade

Estamos começando a viver um “novo normal”

Estamos vivendo um “novo normal”. Essa é a frase que tem sido dita a cada decreto, definido por um prefeito ou um governador para estabelecer o fluxo de pessoas e a rotina de cada cidade. E os prefeitos e governadores também tem um “novo normal” para tomar as decisões, sendo obrigados a reavaliar o cenário a cada 15 dias e tomar decisões de curtíssimo prazo. E nesse “novo normal”, as regras são reavaliadas pelo avanço da pandemia, pelo número de contaminados, de leitos de UTI utilizados e até mesmo de óbitos. É o avanço do Coronavírus que nos diz o que pode ou o que não pode ser feito, e até se poderemos sair de casa.

Esse “novo normal” é de isolamento social ou de distanciamento controlado. Onde os abraços, beijos e apertos de mãos continuam vetados e as famílias e amigos têm a convivência social limitada. Nesse novo normal, a internet ganha cada vez mais espaço. As salas de encontro são virtuais e as pessoas comemoram festas de aniversário por web conferência.

Nesse “novo normal”, relações comerciais exigem protocolos e regramentos. A ida ao supermercado, à farmácia ou a uma loja é planejada e só se compra o necessário. Nesse “novo normal” as compras não são mais uma atividade de lazer da família e o Shopping Center passou a ser um local onde se vai para encontrar algo específico.

Vivemos um “novo normal” onde não vemos mais o rosto das pessoas, uma realidade onde as máscaras se tornaram obrigatórias e marcam um novo tempo.

Nesse “novo normal” as crianças continuam sem aulas ou com aulas pela internet, conforme a realidade da escola. E as escolas não sabem dizer como será o processo avaliativo ou até se o ano letivo não será perdido. E além de perder o contato com os colegas da escola, nesse “novo normal” as crianças não podem mais brincar com os amigos, fazer o dormidão com o melhor amigo e nem passar o final de semana com os avós.

Datas de eventos importantes continuam a ser transferidas. Nesse momento não sabemos quando será o ENEM ou as eleições. As universidades federais não sabem se conseguirão terminar o primeiro semestre ou se abrirão vagas para novas turmas em 2021.

Nesse “novo normal” não se pode visitar pacientes nos hospitais e nem idosos que estão em lares da terceira idade. Não se pode nem velar um ente querido com muitas pessoas, por muito tempo. Em alguns lugares do país, se perdeu o direito de acompanhar o parente no hospital e de enterrá-lo.

Nesse “novo normal” as pessoas que viajam a trabalho se preocupam com as condições de higiene, os protocolos dos hotéis onde irão ficar, e os hotéis se preocupam com os hóspedes que irão receber.  As cidades turísticas tentam se reinventar e contam que existe um novo normal para a prática do turismo, explicando que o turismo de massa se tornou um turismo seletivo, com poucas pessoas.

Nesse “novo normal”, as academias tentam criar uma nova dinâmica de treino, mantendo clientes com atividades remotas e redesenhando o atendimento presencial: um professor para cada aluno.

Nesse “novo normal” a área da estética e da beleza está procurando o seu espaço, investindo no bem-estar e na qualidade de vida e utilizando EPIs específicos para atender aos clientes.

Estamos vivendo um “novo normal” sem saber quando voltaremos ao normal. Nesse “novo normal” temos que ter muita resiliência e resignação, ser paciente em casa para não ser um paciente no hospital.

https://www.coletiva.net/colunas/estamos-comecando-a-viver-um-novo-normal-,359172.jhtml

 

Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião em 1996. Utilizando a ciência como vocação e formação, se tornou uma especialista em comportamento da sociedade. Socióloga (MTb 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na UFPel e tem especialização em Ciência Política pela mesma universidade. Mestre em Ciência Política pela UFRGS e professora universitária, Elis é diretora e Conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) www.asbpm.org.br

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