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A imagem de um político define seu sucesso eleitoral – Um Modelo Preditivo de Opinião

Como Cientista Social do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, venho acompanhando há mais de uma década os processos eleitorais, e cada vez mais tenho observado que o comportamento do eleitor, embora volátil pode ser preditivo.
 
Utilizando a ciência para produzir conhecimento e gerar informações estratégicas, conseguimos medir a probabilidade do sucesso eleitoral de um político a partir de indicadores de imagem que, aliados a análise da teoria política permitem a compreensão do cenário que se estabelecerá no “tempo da política”.
 
Uma das ferramentas que utilizamos na avaliação de imagem de um político é o MPO – Modelo Preditivo Opinião. Um indicador, elaborado pelos Cientistas do IPO*, alicerçado nas reflexões teóricas e nos testes empíricos longitudinais, baseia-se no pressuposto de que a maior parte dos eleitores votam na pessoa/ na imagem do candidato, movidos pelos atributos simbólicos, paralelamente, motivados por sentimentos de esperança e frustração.
 
A análise leva em consideração as reflexões sobre o comportamento eleitoral emotivo, que movimenta-se em relação a imagem de um candidato, mas não desprestigia os vários tipos de comportamento eleitoral, politicamente estruturados.
 
Existe sempre uma razão que direciona o voto dos eleitores, seja ela ideológica, partidária ou emotiva. Entretanto, a maior parte das escolhas eleitorais é motivada por avaliações e percepções intuitivas e emocionais em torno das imagens constituídas pelos candidatos.
 
O Modelo Preditivo Opinião é composto por um índice de “conhecimento positivo”, um índice de “conhecimento negativo” e pelo índice de desconhecimento, sendo que as variáveis que compõem o indicador agregam as seis possibilidades de comportamento político.
 
O resultado deste teste indica o espaço do nome testado (marca) em termos de imagem positiva. O teto, em termos de imagem negativa e o trabalho que o candidato terá para divulgar o seu nome (marca), que está associado a leitura do grau de desconhecimento.
 
O conhecimento positivo da imagem de um candidato se forma ao longo do tempo, e por isso tão necessário é o acompanhamento do desempenho de imagem de um político, mesmo antes do processo eleitoral. Porém, é certo que a campanha eleitoral é o ponto decisivo de constituição das imagens dos candidatos e de identificação com o eleitor.
 
A experiência empírica demonstra que quanto mais o eleitor conhece positivamente o candidato, quanto mais o eleitor confia no candidato e internaliza as promessas e os atributos simbólicos deste, maior será a tendência do eleitor votar no mesmo, seguindo a seguinte lógica: grau de conhecimento + percepção de confiança resulta em imagem positiva que pode ser convertida em intenção de voto.
 
 
 
Existe uma simetria entre os políticos que ocupam as primeiras colocações de preferência eleitoral, com os políticos que foram citados pelos eleitores como os mais “conhecidos”, mais “honestos”, mais “competentes” e mais “simpáticos”.
Na prática, a experiência nos mostra que o percentual de intenção de voto em um candidato é cerca de dez por cento a menos que seu percentual de imagem positiva.
Um político que monitora o seu desempenho e a sua imagem, através de ferramentas científicas, conhece o seu patrimônio eleitoral e tem a capacidade de planejar as suas ações, permitindo o estreitamento de suas relações com a suas bases.
 
 
 *RADMANN, Elis Rejane Heinemann. O eleitor brasileiro: uma análise do comportamento eleitoral. Porto Alegre: UFRGS, 2001. (Dissertação de Mestrado em Ciência Política).
 
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/3765

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